O futebol brasileiro é como nossa cultura, não precisamos criar, mas reinventar. Ele é como seu povo, e o brasileiro é um povo barroco. Chegamos à luz pelas trevas, flertamos com a tragédia e nos divertimos no caminho, independentemente do destino.
Os ingleses criaram o futebol, um esporte como qualquer outro, e nós transformamos em algo único: o maior fenômeno sociocultural do século XX. Os americanos inventaram o jazz, nós misturamos com nosso samba e criamos a bossa-nova. Nosso cinema gozava de suas próprias limitações e satirizava o que era tendência na Europa e nos Estados Unidos. É a nossa sina rir e improvisar.
Chegar perto do fracasso é terça-feira, ganhar cinco Copas do Mundo entortando todos os adversários, o nosso domingo. Nós rimos da vida por um filme pornochanchada, por uma música e por um drible. Vivemos todas as emoções possíveis enquanto navegamos por nosso destino.
O Ponto Futuro nasce para investigar esse trajeto e entender as minúcias que tornam nosso futebol não necessariamente superior, mas essencialmente único.