Estabeleceu-se no futebol moderno que a circulação de bola deve utilizar toda a largura do campo para balançar o bloco adversário. Alguns times fazem o oposto. Por @comentaristabur, @FranciscozMelo, @HigorSantos_10 e @davidndrson
Ao invés de circularem de lado a lado e ocuparem racional e simetricamente os espaços, algumas equipes preferem criar uma paralela cheia e apenas induzir o bloco adversário a acreditar que a circulação vai ao perfil oposto. “Fugir” do lado forte, mas logo devolver a bola a ele.
A fuga seguida de devolução ao lado forte vale-se muito do uso da sola do pé – motivos nos vídeos abaixo. Vejam como faz o América de André Jardine, um dos principais treinadores brasileiros e que recentemente tem adotado conceitos relacionados às paralelas cheias.
Outro time em voga que faz uso dos mesmos conceitos é o sueco Malmö, de Henrik Rydström. Reparem, para além da fuga, como fazem constante uso da sola para atrair, fixar e, portanto, libertar alguém. Futsal no campo.
No Brasil, dois treinadores em específico se destacam no futebol de base por utilizar disto: Felipe Canavan, hoje no Fluminense sub-17 e Guilherme Nascimento, no CAP também sub-17. Paralela cheia, fuga e sola. Vejam o Flu de Canavan:
Aqui, Guilherme Nascimento, entrevistado pelo Ponto Futuro em 2023 (https://youtube.com/watch?v=Ellvqvg9p9E…). Mesmos conceitos.
Por fim, não se fala deste tema e se deixa passar Fernando Diniz, grande expoente e talvez o primeiro a sistematizar estes conceitos. Pai das paralelas cheias e da fuga — quem não se lembra de Manoel recebendo, olhando para o lado oposto e pisando de volta para o lado da bola?
A fuga e o uso da sola são aspectos micro importantíssimos para equipes que querem jogar com mobilidade e paralela cheia. Em espaços curtos se faz mais importante ainda atrair, fixar e liberar, além de saber jogar contra o balanço do bloco.