Jogando Dados
Enquanto treinadores Posicionais como Tuchel condenam publicamente os jogadores por jogarem dados, Diniz invoca o caos do jogo livre como fonte de progresso criativo.
Enquanto treinadores Posicionais como Tuchel condenam publicamente os jogadores por jogarem dados, Diniz invoca o caos do jogo livre como fonte de progresso criativo.
O falso-ponta era a função que melhor expressava a cultura brasileira na tática. Era ele que fundava as diagonais defensivas e ofensivas, gerava assimetrias, criava superioridade numérica no setor da bola, ligava os setores, dava pausa, e organizava o time sem a bola.
Conversa entre Istvan Beregi e Jamie Hamilton sobre as diferenças entre o Ataque Posicional e o Ataque Funcional.
A discussão sobre o futebol brasileiro e sobre Fernando Diniz vem sendo simplificada e desvirtuada de seu sentido original.
O analista de desempenho da seleção da Hungria nos explica o modelo hibrido de ataque funcional praticado pela equipe.
O debate sobre identidade do futebol brasileiro efervesceu novamente, é claro; e, como tudo o que diz respeito ao Brasil, é coisa difícil.
Várias vezes escutei que o futebol brasileiro não se preocupava com a organização ofensiva, pois dependia da inspiração e da liberdade. Uma espécie de “fazes o que tu queres”. Com o tempo, descobri que era ignorância e pretensão. A primeira por não se interessar pelo passado. A segunda por não respeitar os artistas e os técnicos que construíram a nossa história.
Em 1969, Milan e Estudiantes disputavam o mundial de clubes. Heriberto Herrera, técnico da Inter de Milão, aconselhou Osvaldo Zubeldía, técnico do Estudiantes, a imitar a estratégia dos húngaros: sobrecarregar um lado do campo com vários jogadores próximos. Em 70, o Brasil buscava essas aproximações com um meia partindo da esquerda (Rivellino) e um ponta-de-lança …
Devemos beber de todas as fontes e aprender com elas. No entanto, a nossa excepcionalidade não foi fruto de uma imitação estéril, mas da construção virtuosa de nossa cultura e sensibilidade através do jogo de rua. Ninguém pode explicar ou reproduzir isso, mas pode reconstruir o futebol de rua em atividades que propiciem a descoberta.
O futebol é um jogo que escapa à teorização. Como rola a bola, rolam os conceitos que tendem a restringir essa liberdade. Mas o futebol também é esse processo de procura num quadro onde todos os eventos do passado podem ser conjugados no presente. Desde o seu primeiro dia, uma excelente forma de na procura de respostas continuar a melhorar as perguntas que fazemos.