Por que Ancelotti sempre tem razão?
Ancelotti é um objetivista que sabe mais de futebol que você.
O objetivo desse texto não é forçar uma filosofia tática ao Real Madrid, mas sim analisar os times mais icônicos e vencedores da história do clube, traçar uma linha entre eles e apontar que o espírito vencedor e a frieza implacável dos merengues sempre esteve presente, mas nunca andou sozinha.
Sobre o novo capítulo de Real Madrid x Manchester City e por que, esse ano, passou para as semifinais quem mais jogou futebol.
O discurso oficial do futebol está dominado por um racionalismo meramente instrumental. De que serve esse jogador? O que produz? Reproduziu o treino nos 90 minutos? Tomou sempre as melhores decisões? Errou o mínimo possível?
Mesmo sendo claro o que Ancelotti quer dizer, há margem para diferentes interpretações. Toda comunicação enfrenta um problema quando há ruído, nesse caso não na mensagem, mas no código (ainda que, ao meu ver, seja por vontade do receptor). E é por isso que a palavra “autonomia” preenche e indica com maior eficiência a ideia que quer ser transmitida nessa discussão. Autonomia é a capacidade de se tomar decisões por si só, se autodeterminar independente de fatores externos. Portanto, me parece perfeita.
Sem Benzema e com Bellingham, Ancelotti promoveu diversos ajustes no time do Real Madrid, mais especificamente no meio-campo.
Fetiche do produto Comum à tecnocracia instalada no esporte, a atividade de produzir cada vez mais, acumular e negociar, é um fenômeno do futebol (e seu alto-rendimento) que marca o triunfo das “linhas de montagem” na forma como se percebe o jogo. Atrelado aos processos e mudanças globais dos anos 90. O exercício de jogar …
O “ethos” do jogo incorporado em Jude Bellingham Leia mais »
Continuando a explicação da diferença entre ataque posicional e ataque funcional, agora no futebol atual.
O rumo escolhido pela CBF para a próxima Copa é heterodoxo, mas rico em possibilidades. A sua potência está precisamente numa combinação de “linhas tortas”, que podem gerar um contexto único para reinterpretar o nosso jogo. Saímos do pensamento linear com os seus roteiros traçados e rigidamente demarcados, e embarcamos numa aventura ao desconhecido.